quinta-feira, 11 de março de 2010

.:A Corda:.


Não importa por onde olhassem, a corda já estava no lugar, como algo ordinário que é.
“O lugar menos suspeito sempre é debaixo do nariz”, pensou.
Claro que poderiam achar que era aquela corda pendurada no canto, mas entre tantas? Claro que poderiam achar que era uma corda, se ainda houvesse pescoço. Poderiam também achar que era o cutelo, tão afiado e impecavelmente limpo, mas se ainda houvesse pedaços. Achar que a churrasqueira dera cabo de tudo, como sempre. E os porcos, tão empanturrados, por incrível que pareça, destes, ninguém pensaria nada.
Afinal, não estavam ali para invetigar, como se poderia presumir, uma família normal como qualquer outra, como se poderia presumir, para fazer justiça a um injusto.
Apenas dito como desaparecido, apurando e levando, apenas, todas as evidências de valor.
Parecia um pequeno preço a se pagar pela liberdade, tanto do tirano, quanto das grades.
E num acordo silencioso, entre pessoas que não poderiam char muito mais do que já sabiam, de por que aquela situação tenebrosa culminou na corda, todos se retiram e assim contemplam um novo recomeço, com passos assustados de início, mas finalmente com ar para respirar.

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